A ansiedade está por detrás, inclusive, de muitos transtornos psicológicos como a depressão, o transtorno obsessivo compuslvio, e até o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardiácos.
A ansiedade, junto com a depressão, é um dos transtornos mais recorrentes em nossos tempos. Na verdade, a ansiedade está por detrás de, senão todos, praticamente todos os demais distúrbios. Ter ansiedade em grau baixo e em algumas situações específicas, se pensarmos numa escala hipotética de 0 a 10, estando em 2, é algo normal e até positivo, pois é uma energia que te motiva a tomar uma ação. No entanto, quando constante e em maior grau, passa a ser um problema muitas vezes paralisante.
É importante pensarmos no sentido da palavra ansiedade como Ansiar por algo e Ansiedade, de significado mais denso e que pode ser também um transtorno. Ansiar por alguma coisa permite mais interpretações. E também quase sempre está ligado a angústia, que é um misto de emoções como medo, tristeza, raiva, sensação de peito apertado…
Geralmente se fala que pessoa que está ansiosa certamente está com receio e insegura a respeito do futuro. A ansiedade sempre parte do princípio de um temor, medo, ou uma catastrofização do porvir. A ansiedade não é uma causa, mas um sintoma. Mas o que muitas vezes as pessoas chamam de ansiedade, é um sentimento de vazio, de angústia, de forma consciente ou nào sobre um problema, onde a comida muitas vezes tem o papel de preenchimento e equilíbrio momentâneo sobre as dificuldades vividas.
A pessoa dominada pela ansiedade / angústia não consegue, pensar, agir nem mesmo respirar direito em graus extremos. E tudo fica arrastado e muito difícil. Há a perda da concentração e com isso, da capacidade de memorização, pois quando se tudo é importante, nada é importante. A ansiedade gera mais ansiedade, a ponto da pessoa ficar ansiosa com a própria ansiedade, se atropelando no processo.
E qual seria a relação entre a ansiedade e o sobrepeso e a ansiedade?
O primeiro alimento que recebemos é o do leite, seja diretamente do contato com o corpo de nossa mãe, seja através de um contato mais indireto, mas, inegavelmente, há uma relação entre alimento e afeto logo em nossas primeiras horas de vida.
Uma criança pode tornar-se obesa a partir de eventos biopsicossociais, por exemplo: se sentir distante dos pais ou família, sentir-se isolada, diferente e estranha, sentimentos de rejeição e abandono, inadequação, carência, dentre outros; há casos também em que ela não foi necessariamente criada sob tensões em família, mas aprendeu a utilizar da comida em excesso ou da má alimentação como um refúgio para o mal estar, para esquecer temporariamente dos problemas ou se presentear: com o tempo, comer pode trazer alívio e ao mesmo tempo deixá-la ansiosa, incomodada consigo mesma e com seu aspecto corporal, e por conta da ansiedade comer demais, criando assim um ciclo vicioso.
Com a ansiedade / angústias na vida adulta também por diversos motivos, o emagrecimento pode se tornar ainda mais difícil, onde a pessoa sente-se sem forças para melhorar sua alimentação, o que pode gerar e manter maus hábitos e fazendo com que ela coma mais ainda e afetando a sua saúde mental, emocional e fisicamente.
Portanto, é muito importante que prestemos atenção a questão multifatorial do sobrepeso e principalmente, a ansiedade possa ser compreendida a fundo e dominada para que não seja mais um fator precipitante ou colaborador na questão da perda da gordura corporal e para a manutenção do peso saudável.
Existe também a compulsão alimentar, que é um grau extremo de busca de controle ansioso a partir do consumo descontrolado de alimentos doces, altamente calóricos e/ou gordurosos. Neste momento, a pessoa pode estar buscando desde se acalmar ou se dar um “presente” como aumentar seus níveis de energia ou tudo isto somado. Nesse momento ela também esquece do problema vivido para se dar algum prazer ou pelo fato de estar ficando “cheia” com o consumo deste tipo de alimentos em um tempo tão reduzido.
Resumindo, o excesso de peso e a incapacidade de reduzir ou manter o peso adequado pode estar ligado desde a falhas de comportamento alimentar de menor gravidade a fome emocional ou transtorno de compulsão alimentar, e quanto mais precocemente há esta dificiculdade e mais tentativas foram feitas sem sucesso mesmo na fase adulta, mais se faz extremamente recomendável suporte psicológico.